TITULO:  Investigação da ação da ANXA1 e seus receptores em PBMC de portadores do vírus T-Linfotrópico Humano 1 (HTLV-1)

 Aluna: Bárbara Brasil Santana

 Resumo: O HTLV-1 apresenta tropismo por linfócitos T e está etiologicamente associado a uma doença crônica inflamatória neurodegenerativa, denominada de Paraparesia Espástica Tropical/Mielopatia Associada ao HTLV-1 (PET/MAH). Estudos com a proteína antiinflamatória anexina A1 (ANXA1) a identificaram como uma proteína induzida por glicocorticóides, envolvida na síntese de eicosanóides e de fosfolipase A2. Nesse sentido o presente estudo visou investigar a ação do peptídeo mimético funcional da proteína anexina 1 (Ac2-26) na infecção de leucócitos humanos pelo vírus linfotrópico de células T humanas 1 (HTLV-1) com e sem sintomatologia de PET/MAH. Para alcançar os objetivos, células do sangue periférico humano de pacientes HTLV-positivos assintomáticos (PA) e com PET/MAH (sem tratamento com retrovirais e/ou glicocorticoides) foram submetidas a tratamento in vitro com Ac2-26. Em seguida foram avaliados: (i) a expressão de ANXA1 endógena nos dois grupos, por meio de citometria de fluxo e qPCR; (ii) os níveis de citocinas pró e antiinflamatórias frente ao tratamento combinado ou não com Ac2-26, BOC2 e WRW4; (iii) a carga proviral (CPV) de pacientes HTLV-positivo frente ao tratamento com Ac2-26 e (iv) o perfil de ANXA1 em células T CD4+ , T CD8+ , granulócitos e subpopulações de monócitos. Os resultados obtidos mostraram que a expressão de ANXA1 está aumentada no grupo pacientes assintomáticos enquanto que a expressão dos FPRs neste grupo se mostrou diminuída. Estímulo com Ac2-26 provocou a diminuição de CPV nos pacientes infectados com HTLV-1 e após o bloqueio de seus receptores houve uma diminuição ainda mais acentuada da CPV. Nos linfócitos T CD4+ , T CD8+ , subpopulações intermediária de monócitos e granulócitos a porcentagem de ANXA1+ foi maior no grupo PA quando comparado aos demais grupos. As dosagens de citocinas mostraram que em entre o grupo controle (GC) há um aumento de produção de citocinas de perfil Th1, Th2, Th17, bem como de quimiocinas CC, CXC e outras proteínas do sistema imunológico. Os resultados mostram evidências de que ANXA1 pode servir como um potencial biomarcador de diagnóstico diferencial da doença neurodegenerativa, bem como o bloqueio de seus receptores pode ter potencial inibidor de replicação viral.

 

Banca Examinadora:

 

Prof. Dr. RICARDO ISHAK

Profa. Dra. MARIA ALICE FREITAS QUEIROZ

Profa. Dra. ANDREA NAZARÉ MONTEIRO RANGEL DA SILVA

Prof. Dr. EVONNILDO COSTA GONÇALVES

Profa. Dra. ROSIMAR NERIS MARTINS FEITOSA (Suplente)

 

LOCAL: Auditório do Laboratório de Virologia

DATA: 12/04/2018

HORA: 14:00