Titulo: Análise da prevalência de deleções dos genes PFHRP2 e PFHRP3 de Plasmodium falciparum em três Estados da Região Amazônica Brasileira

Aluna: Danielle Regina Lima Barbosa

 

Resumo:

Mais de 80% dos testes de diagnóstico rápido (TDRS) para malária por Plasmodium falciparum disponíveis comercialmente baseiam-se na detecção de proteínas 2 ricas em histidina (PfHRP2). Estudos recentes mostram que os genes que codificam esta proteína e seu parálogo, a proteína 3 rica em histidina (PfHRP3), estão ausentes em alguns parasitas isolados da amazônia peruana. A falta da proteína PfHRP2 pela deleção do gene pfhrp2 leva a resultados falso-negativos dos TDRS para P. falciparum. Assim, avaliamos as eliminações dos genes de pfhrp2 e pfhrp3 em três Estados da Bacia Amazônica brasileira. Foram coletadas amostras de sangue de pacientes com malária, confirmada microscopicamente, que procuraram tratamento nos postos de saúde nos Estados do Acre, Pará e Rondônia, Brasil, de 2010 a 2012. A infecção por P. falciparum e a qualidade do DNA foram confirmados pela reação aninhada em cadeia da polimerase espécie específicas (PCR) e amplificação por PCR do gene da proteína 2 de superfície de merozoíto (MSP2), respectivamente. Os genes pfhrp2 e pfhrp3 foram amplificados utilizando iniciadores sobrepostos exons 1 e 2 e primers visando os genes que ladeiam pfhrp2 e pfhrp3 nos cromossomos 8 e 13, respectivamente. Cento e noventa e oito (93%) dos espécimes coletados preencheram os critérios de inclusão e foram avaliados e destes, 13,6% (27) foram negativos para pfhrp2, enquanto 35,8% tinham eliminado o gene pfhrp3 como um todo. No entanto, a percentagem de parasitas com deleções variou de estado para estado. O Estado do Acre, na parte ocidental da Amazônia brasileira, apresentou o maior percentual de eliminações para pfhrp2 (32%), no estado de Rondônia, a prevalência foi de apenas 3% e no estado do Pará, na Amazônia oriental todos os parasitas foram positivo para este gene. No entanto, em todos os três estados proporções elevadas de populações de parasitas foram negativos para pfhrp3 que variou de 18% a 51%. Estes resultados indicam que populações de P. falciparum com deleções pfhrp2 estão presentes na Amazônia brasileira, particularmente no Estado do Acre. Os parasitas de P. falciparum sem o gene pfhrp3, no entanto estão presentes nos estados participantes deste estudo. Portanto, é fundamental reconsiderar o uso de TDRs baseados em PfHRP2 na região ocidental da Amazônia brasileira e continuar a vigilância quanto a prevalência de parasitas com estas deleções de genes em outras regiões brasileiras, onde o uso de TDRs é preconizado.

 

Banca Examinadora:

 

Prof. Dr. ADRIANO PENHA FURTADO

Profa. Dra. MARISTELA GOMES DA CUNHA

Profa.Dra. ANA CECÍLIAA FEIO

Profa. Dra. JEANNIE NASCIMENTO DOS SANTOS (Suplente)

 

LOCAL: Auditório "Miguel Cordeiro Azevedo- IEC- Almirante Barroso

DATA: 24/01/2017

HORÁRIO: 08:30H