TITULO: MICROBIOTA INTESTINAL E EXPRESSÃO GÊNICA DIFERENCIAL DE Haemagogus janthinomys DYAR, 1921 (DIPTERA: CULICIDAE) EM RESPOSTA AO VÍRUS DA FEBRE AMARELA

Aluna: POLIANA DA SILVA LEMOS

Resumo:

Os mosquitos da espécie Haemagogus janthinomys são considerados os principais vetores silvestres do vírus da Febre Amarela (YFV) no Novo Mundo. Eles são extremamente susceptíveis à infecção pelo vírus amarílico. Para conhecer melhor o perfil deste vetor, este trabalho objetivou descrever a composição da microbiota intestinal de fêmeas adultas coletadas em área de floresta e fêmeas nascidas em laboratório. Além disso, objetivou-se descrever o transcriptoma total e avaliar a resposta do mosquito (em nível de expressão gênica e de microRNAs) após um repasto infectante contendo partículas do YFV. Então, foi feita a extração do DNA metagenômico e sequenciamento pela plataforma GS FLX 454. Depois foram realizadas as análises de diversidade e riqueza da microbiota dos mosquitos silvestres e de laboratório. Para as análises de transcriptoma e expressão diferencial, foram montados grupos de fêmeas, que foram submetidos ao repasto sanguíneo infeccioso e não infeccioso. As fêmeas do grupo controle (Negativo) não foram alimentadas com sangue. Com os grupos montados foi feita a confirmação da infecção por PCR em Tempo Real. Em seguida, os RNAs foram extraídos, parte do material foi destinado ao RNA-seq e outra parte ao sequenciamento de miRNAs. Após o RNA-seq, as leituras foram montadas por De novo e foi feita a anotação dos transcritos de acordo com a Ontologia Gênica e as vias KEEG. Os transcritos de cada  amostra foram normalizados e calculou-se a expressão diferencial, assumindo como diferencialmente expressos os transcritos que apresentaram AdjPValue <0,05 e logFC ≤-0,58  ou ≥ 0,58. Os miRNAs também foram sequenciados pela plataforma Illumina e analisados contra o banco de miRNAS da plataforma miRBase. Os miRNAs foram anotados e se calculou a expressão diferencial entre os grupos infectados e não infectados, alimentados e não alimentados. Nos resultados, observou-se que a composição da microbiota intestinal de H. janthinomys é constituída predominantemente por proteobactérias. Porém a diversidade de espécies bacterianas difere bastante entre os mosquitos silvestres e os criados em laboratório. O transcriptoma foi montado e a anotação funcional mostrou que a maioria dos transcritos  pertencem a categoria ‘processos biológicos’. A análise da expressão diferencial mostrou que os mosquitos aparentemente sofrem uma modulação da resposta imune influenciada pela presença do vírus. Mostrou ainda que o repasto sanguíneo provoca no inseto uma redução significante da atividade redox e que esta atividade é ainda mais atenuada na presença do YFV. Muitos miRNAs são regulados negativamente durante o repasto infeccioso e alguns deles estão relacionados ao processo de morte celular. 

Palavras-chave: Haemagogus janthinomys; vírus da Febre Amarela; microbiota; transcriptoma; miRNA.

 

Banca Examinadora:

 

Profa. Dra. MARINETE MARTINS PÓVOA  

Profa. Dra. VALÉRIA LIMA CARVALHO

Prof. Dr  JOÃO LÍDIO DA SILVA GONÇALVES VIANEZ JÚNIOR

Profa. Dra. JANAÍNA MOTA DE VASCONCELOS MASSAFRA

Profa. Dra. MARIA HELENA THOMÁZ MAIA (Suplente)

 

LOCAL:  Auditório Central do Instituto Evandro Chagas - IEC - Ananindeua  

DATA: 28/02/2019

HORA: 8:30h