Título: Prevalência de Hepatite e em Gestantes Internadas na Enfermaria de Alto Risco do Hospital da Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará

Aluna: Leonita Barradas Ribeiro

Resumo:

O vírus da hepatite E é considerado um problema de saúde pública, sendo estimado em 2,3 milhões o número de pessoas infectadas, especialmente em países subdesenvolvidos, onde se verifica frequentemente uma precariedade no saneamento básico. A hepatite E é uma doença infecciosa considerada ainda rara no Brasil, sendo que essa característica pode ser devida à subnotificação ou à ausência de diagnóstico específico. Os primeiros casos notificados no país são do início dos anos 1990, em Salvador-BA, sendo que no Pará as primeiras ocorrências relatadas foram em 1997. Nos pacientes em geral, a taxa de mortalidade relacionada à hepatite E costuma ser baixa, em torno de 0,2%, semelhante à do tipo A, mas aumenta de forma drástica entre mulheres grávidas, chegando a 20%. A escolha desse grupo pesquisado foi crucial para o melhor entendimento do processo saúde-doença envolvido com o VHE, visto que a gestação constitui um fator agravante para infecções virais. Estudos recentes apontaram para a vulnerabilidade deste grupo em áreas endêmicas, mostrando que o risco de morte é seis vezes maior para gestantes infectadas por VHE nessas localidades, o que enfatiza e respalda a necessidade da compreensão desta infecção viral. A hepatite E se assemelha bastante à hepatite A, especialmente quanto ao modo de transmissão entérico, facilitado em locais com saneamento básico deficiente ou inexistente. O presente trabalho avaliou a incidência de hepatite E em pacientes internadas na enfermaria de alto risco do Hospital Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará no período de outubro de 2015 a março de 2016, demonstrando o perfil epidemiológico das gestantes, correlacionando com os marcadores sorológicos que podem levar a dano hepático, determinando a soroprevalência das infecções pelos VHA, VHB, VHC e VHD, e, por fim, realizando o diagnóstico clínico e gestacional, bem como o prognóstico materno-infantil. O estudo foi do tipo observacional, transversal, prospectivo, epidemiológico e descritivo. Durante o período do estudo foram selecionadas 193 pacientes, sendo que destas apenas 132 foram elegíveis para o estudo, por conta do tempo de internação mais dilatado. A média de idade foi de 25 anos, sendo a maioria parda, procedente da região metropolitana de Belém, solteira e desempregada. Não foram confirmados casos de hepatite E na população avaliada, mas outros dados bastante relevantes foram colhidos e merecem atenção, especialmente o altíssimo índice de imunidade à hepatite A, o que sugere grande suscetibilidade à transmissão de patógenos por via fecal-oral, meio comum também ao VHE; o grande índice de suscetibilidade ao VHB em pacientes vacinadas mas não soroconvertidas, confirmada por exames sorológicos, o que indica falha na cobertura vacinal. O prognóstico materno foi favorável, com a maioria recebendo alta melhorada e, dentre as que evoluíram a parto, houve índice de nascidos vivos e a termo em 92% dos casos. Palavras-chaves: Hepatite E, VHE, gestantes, epidemiologia, sorologias virais.

 

Banca Examinadora:

Prof. Dr. Luiz Fernando Almeida Machado

Profa. Dra. Rita Catarina Medeiros Sousa

Prof. Dr. Lizomar de Jesus Maues Pereira Moia

Profa. Dra. Andrea Nazaré Monteiro Rangel da Silva (Suplente)

 

Local: Auditório LABVIR- ICB/UFPA

Data: 31/05/2016

Horario: 08:30H